Blog
Blog

Blog

3 Dicas de uma Psicóloga de como Controlar a Compulsão Alimentar

Cintia Seabra

Você tem dificuldades em parar de comer? Você até se propõe a começar uma dieta, mas quando passa por um momento de estresse, pressão no trabalho ou qualquer outra coisa que saia da rotina, enfia o pé na jaca? E quando finalmente percebe que comeu demais, bate aquele arrependimento, uma sensação de fracasso, fica arrasada e a culpa acaba sendo sua companheira. Se isso acontece com você, é bem provável que esteja sofrendo com a compulsão alimentar.

Esse transtorno atinge muitas pessoas e a maioria cai em tentação por problemas com seus sentimentos e problemas mais profundos. Mas é possível trabalhar essa situação e revertê-la aprendendo a comer corretamente. Aqui você vai descobrir 3 dicas para controlar a compulsão alimentar pela perspectiva da Psicologia.

Ao aplicá-las, perceberá uma grande mudança em sua vida! E já adianto: a terceira é sensacional!

Identifique a compulsão alimentar

• Comer rápido demais;
• Comer rápido demais;
• Comer mesmo sem fome ou depois de satisfeito (o famoso "estou cheio, mas não consigo parar de comer...");
• Come escondido;
• Sente-se triste ou ainda culpado após comer.

Identificou-se com algum desses sintomas? Então agora é hora de aprender a controlar a compulsão alimentar usando a Psicologia! Quando esse problema não é tratado, pode causar outros problemas mais sérios. E quanto mais tempo comendo descontroladamente, pior será o resultado!

A primeira coisa que você precisa ter em mente é: a comida não deve te dominar. É você quem controla o seu corpo, sua mente e principalmente: o que (e quanto) irá comer.

1 - Coma e somente coma!

Responda essa simples pergunta: Quando você come, o que você está fazendo?

Você senta à mesa e se concentra na sua refeição ou você vai comer assistindo televisão, mexendo no celular, andando na rua ou até mesmo dirigindo? Fazer outra coisa enquanto come é um dos hábitos que acabam desencadeando a compulsão alimentar. Comer e estudar, por exemplo, faz com que seu corpo precise se concentrar em duas coisas totalmente diferentes ao mesmo tempo, dessa forma é natural comer, por distração, muito mais rápido e muito mais que o necessário.

E, comer rápido faz com que o seu estômago não tenha tempo de avisar ao seu cérebro que já está satisfeito. O resultado disso é que você comerá muito mais do que precisa, ficando com aquela sensação de que comeu demais, despertando os sentimentos de culpa e arrependimento.

Ou seja, comer rápido demais também provoca a compulsão alimentar pelo mesmo motivo! O ideal é mastigar devagar, sem pressa! Não precisa ir com muita sede ao pote. Com o dia a dia corrido é natural que as pessoas façam suas refeições mais rapidamente por conta do horário apertado. Mas se você realmente quer vencer o seu problema com a comida, reserve alguns minutos a mais somente para esse momento: acorde um pouquinho mais cedo e sente-se a mesa para tomar o café da manhã. Verá como isso melhora não somente sua compulsão, mas também o seu humor matinal e te deixará até mais disposta no decorrer do dia.

Ainda há pessoas que afirmam que comem muito porque gostam de comer. Mas, quem consegue apreciar uma boa refeição comendo rapidamente? Sem nem ao menos apreciar o sabor dos alimentos? Quem realmente gosta de comer, aprecia a comida, sente o sabor a cada garfada ou mordida. E o principal: não divide a atenção com outra atividade ou algum aparelho eletrônico.

Portanto a primeira dica é essa: quando for comer, apenas coma! Saboreie cada pedacinho e coma devagar. Veja a comida, deguste! Desligue a TV. Deixe o celular para lá! Foque apenas no seu prato!

2 - Não controle a comida, se relacione com ela

Um dos piores erros para quem quer resolver a compulsão alimentar é tentar controlar os seus hábitos alimentares. Esqueça isso! Controlar o que come não dá certo. O que verdadeiramente vai te ajudar a resolver o problema é se relacionar com os alimentos de uma maneira saudável.

Imagine a seguinte situação: seu marido, sua mãe, irmão ou outra pessoa do seu convívio faz a seguinte afirmação: “Eu controlo muito bem você!” Isso irá te agradar? Qual será o seu sentimento quanto a isso?

Mas, se ao invés disso essa pessoa disser: “Eu me relaciono muito bem com ela!” Você se sentirá até feliz, não é mesmo? O mesmo acontece com os seus hábitos alimentares.

Já tentou fazer uma dieta muito restritiva? Ou ainda, só tentou cortar alguns alimentos do cardápio? É bem provável que você tenha ficado com muita vontade de comer exatamente esses alimentos. E cada vez que você pensava “não posso comer isso”, a vontade aumentava, certo?

Quando você usa frases como “eu não posso comer isso”, “não posso comer aquilo”, “nunca mais vou comer tal coisa” ou ainda “não posso” e “não devo porque vou engordar!”, acaba obtendo o resultado contrário. A negativa com a palavra “não” faz com que o seu cérebro fique obsessivo com a vontade de comer. Quando você diz que algo não pode, faz com que automaticamente o cérebro entenda que aquilo é gostoso, que é algo bom. Consequentemente isso acaba atrapalhando a sua relação com a comida e desencadeando a compulsão alimentar.

Ao invés de se proibir, comece se relacionando de maneira saudável com os alimentos. Na hora das refeições esteja presente, como aprendeu na primeira dica: coma e apenas coma! A restrição não garante bons resultados para controlar a compulsão alimentar. Afinal, evitar/fugir nunca foi solução para nada, não é mesmo? O que realmente irá te ajudar é construir uma relação saudável com a comida.

Em resumo, controlar a comida não resolve o problema, o que resolve é procurar desenvolver uma relação saudável com ela.

Para comprovar a efetividade dessa dica, imagina essa outra situação: quando você diz para uma criança “não mexa nessa gaveta, porque aí não tem nada para você!” ou ainda “não coloque o dedo na tomada!”, na primeira oportunidade a criança vai mexer na gaveta. Ela vai colocar o dedo na tomada. A palavra “não” faz com que aquilo fique na sua cabeça, o famoso “proibido é mais gostoso”, gera curiosidade, vontade...

Com a comida, quando você diz que “não posso comer tal coisa”, essa tal coisa ficará na sua mente aumentando seu desejo de comê-la.

Portanto, ao invés de dizer ou pensar que, “não posso comer um pedaço de bolo”, pense e diga, “eu vou comer uma fruta no lanche da tarde”. Mande comandos para o teu cérebro do que você quer e não do que está evitando; e se ainda assim, aparece a vontade de comer o bolo, pare tudo, esteja bem presente e saboreie um pequeno pedaço de bolo, como se fosse a última fatia de bolo de sua vida, isto é, coma devagar e não faça outra coisa na hora que estiver comendo. Aprecie este momento!

3 - Mude QUEM come ao invés de mudar apenas O QUE você come

Quando alguém decide que vai mudar de vida, que vai controlar a compulsão alimentar ou até mesmo a briga com a balança, a primeira coisa que se pensa é mudar a alimentação. Mas acredite se quiser, isso é um passo em falso que não irá sanar o problema.

Mesmo que você se esforce, compre comida saudável, faça marmitas e outras coisas, apenas mudar a alimentação não ajuda. Ao invés de mexer no prato, primeiro você precisa se preocupar em mudar quem está comendo. Isto mesmo: Você!

A compulsão alimentar, geralmente, acontece com pessoas que tem muitas dificuldades para lidar com suas emoções.. Essas pessoas comem porque estão felizes, tristes, cansadas, estressadas, ansiosas ou qualquer outro sentimento. Esse desequilíbrio emocional é o que os leva a comer sem controle.

Por ter uma grande dificuldade em lidar com as coisas, essas pessoas acabam descontando seus sentimentos na comida e encontram nela um refúgio do que as assusta e intimida no mundo. Automaticamente, quando esse gatilho (leia-se “sentimento”) é acionado, o cérebro já o relaciona com a comida. Consequentemente, você irá comer sem conseguir por impulso, apenas por comer, mesmo sem fome. Dessa forma, o alimento é como uma droga, que o entorpece diante de uma realidade que dói.

E, mesmo que você queira muito manter-se firme no seu plano alimentar, sentirá um forte impulso que “precisa pedir uma pizza”. Ou ainda que “precisa sair para buscar um sorvete”. E quando você percebe comeu a pizza inteira e tomou um pote de sorvete sozinha.

A saída para solucionar esse problema não é mudar o tipo de alimento; a saída é você procurar ajuda psicológica para aprender a lidar com suas emoções. Quando você começar a perceber o mundo por uma nova perspectiva e aprender a lidar com aquilo que sente, sem precisar comer, você estará livre do seu vício.

Em outras palavras, é necessário resolver suas questões internas, melhorar sua relação com as pessoas, situações e principalmente, com você. Se você não consegue lidar com sua raiva, procure alternativas para sair deste estado emocional, como por exemplo, desabafe com alguém o que está sentindo, faça uma meditação ou até mesmo soque a almofada de sua sala (também vale!). Se você come por sentir-se triste, pergunte-se: O que posso fazer de diferente para sentir-me alegre? Ligar para um amigo, ir ao cinema, colocar uma música animada, são algumas boas opções, concorda?

Muita gente tem dificuldade em lidar com o que sente, e consequentemente tratar a compulsão alimentar. Neste caso, procurar apoio psicológico é fundamental para sair do sofrimento, colocar um ponto final no vício por comida e sentir-se livre, novamente, para aproveitar a vida.

Cintia Seabra
Mais posts

Pode gostar também de ...